segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Criativo por Sobrenome



Independente do editor, do programa, do chefe, das paredes, a criatividade não tem limite. A imaginação de um criativo tem o horizonte do novo, da possibilidade.
Seus insights são das mais diversas intensidades até os lugares mais exóticos_ se tratando de “ter uma idéia”. Mais ou menos quando se está tomando banho e de repente, ali mesmo, naquele quadradinho, todo ensaboado, vem à mente a idéia mais brilhante, a firula mais diferente, o ângulo mais perfeito daquela foto que você quer tirar faz tempo e assim vai. Em segundos acontece um brainstorm fantástico, parceria perfeita: Sua mente e você.
É raro se passar na mente de um criativo pensamentos como “Putz! Roubaram minha idéia” ou “ .... tsc, não acredito! Inventaram minha invenção!”.
São muitos os que têm esse dom por aí, mas poucos os que sabem usufruir dele. Ter idéias parecidas ao mesmo tempo diferentes é o mais comum. Mas criativos ou nem tanto, sua mentes são livres para olhar pro horizonte que lhes cabem olhar. Depende do alcance da visão.
Ser criativo condensa todas as cadeiras, desde o cunho mais intelectual até o mais versátil. Tudo está além do diploma. Define-se sim, pelo feeling. E isso não se adquire em nenhum lugar, ele está dentro de você. No seu modo de perceber o mundo e saber lidar com essa percepção.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sair de Si Mesmo

Desta vez Deus ministrou a mim sobre Jó. Nesta história tão complexa quase que infindável, fiquei retida na parte em que Deus aparece para falar com ele...
Acho interessante o que Deus não faz. Uma vez quebrado o silêncio, Ele não dá quaisquer respostas às perguntas de Jó. Ele não se desculpa por ter ficado tanto tempo mudo.
A essa altura, Jó se mostra um tanto independente e arrogante (conseqüência por ter se defendido por tanto tempo).
Então Deus começa a fazer inúmeras perguntas... A primeira foi: “Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento?”. (...) Em outras palavras: “Quem é você para negar a sabedoria dos meus planos com a sua completa ignorância?”.
Jó precisa entender então que os caminhos e feitos de Deus estão além da sua capacidade de compreensão.
“Onde estavas tu quando eu lançava os fundamentos da terra?... Quem lhes pôs as medidas, se é que o sabes?... Acaso entrastes nos mananciais do mar, ou percorrestes o mais profundo abismo?... Tens idéia nítida da largura da terra? Dize-mo, se o sabes... (Fico tentando imaginar Jó_ a essa altura... Pasmo! É como quando se participa de uma aula onde o assunto tratado é praticamente novo_ e você fica ‘boiando’, e o professor está fazendo algumas perguntas aos alunos. Você se esconde por trás da cabeça do colega da frente esperando para que ele não o veja, rs). Caçarás por ventura a presa para a leoa?... Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos ou cuidastes das corças quando dão suas crias?... Sabes tu a ordenança dos céus, pode estabelecer sua influência sobre a terra? (...)”.
Me flagrei perguntando a mim mesma por que Deus gastou tanto tempo fazendo perguntas dos céus, estrelas, animais e tudo mais. Acredito que talvez para desviá-lo da sua desgraça, com certeza para lhe dar novas expectativas sobre a sua situação. Como se o Senhor estivesse dando um passeio pela sua criação_ um passeio pelo jardim, e está convidando Jó para acompanhá-lo... “Venha comigo Jó; veja estas coisas. Você pode mudar ou dominar minha criação? Maravilhe-se com ela, aprecie todos os feitos. Você não pode controlá-los, mas estão sob o meu controle”.
Um pensamento veio a mim: ‘ Você jamais será o que deveria ser, até que saia de si mesmo’.Talvez seja por isso que Deus o leva nesse ‘passeio’, para tirar Jó de si mesmo, para distraí-lo da sua miséria, para capacitá-lo a ver a si mesmo em um novo cenário.
E não há dúvida de que Jó entendeu a mensagem... “Então Jó respondeu ao Senhor e disse: Sou indigno; que te responderia eu? Ponho a mão na minha boca. Uma vez falei e não replicarei, aliás, duas vezes, porém não prosseguirei” Jo 40:3-5.
Que mudança na atitude de Jó! Era tudo o que Deus desejava ouvir... Uma resposta humilde reconhecendo o lugar de Deus_ num gesto de submissão e entrega, ele cobriu sua boca... Que lindo! “O que mais eu poderia dizer diante da sua majestade?”, eu dizia dentro de mim.
Bom, a história de Jó é infinitamente mais ampla do que este contexto, mas Deus me chamou a atenção justamente neste ponto: Levar Jó a admitir que não sabia as respostas e que absolutamente tudo está no controle do DEUS TODO PODEROSO.
Após Deus ministrar isto ao meu coração eu fiquei ali sem ação_ estava na praia lendo (nem percebi se havia pessoas além de mim, estava tão envolvida), quando entendi que Deus queria falar a mesma coisa a mim que ele falara a Jó, A MESMA COISA! E já não me importei mais com o sol maravilhoso que estava sobre mim, nem com aquele mar tão transparente e lindo que estava à minha frente, eu apenas chorei. Pedi perdão a Deus por ser tão auto-suficiente sempre. Tão independente, por achar que sei tudo sobre todas as coisas. Por sempre dar ‘o jeitinho brasileiro’ em tudo... Naquele momento, eu era Jó!
Esse meu jeito é como se fosse uma defesa de tanto que já me decepcionei. Eu tive que sorrir muitas vezes quando precisava chorar. Eu tento manter tudo sobre o meu controle, justamente por medo de perdê-lo e ver se repetir a história da minha família na minha vida (...).
Sinto como se Deus dissesse: “Venha comigo Renata; veja estas coisas. Você pode mudar ou dominar minha criação? Maravilhe-se com ela, aprecie todos os feitos. Você não pode controlá-los, mas estão sob o meu controle. Pare de ‘contar’ as estrelas ou as ondas do mar_ controlar sua vida à sua maneira... É em vão! Tudo isso está tão além da sua capacidade”.
Confesso que me senti tão pequena quanto a areia em que eu pisava ali.
Pra mim, tudo isso é um desafio, pois ainda não acredito no amor! E não é fácil anular toda opinião formada durante esses anos. Sei (mesmo ‘não sabendo’) que Deus tem algo a mais!
Preciso reconhecer que estou errada, toda essa idéia entra em contradição à minha fé em Deus! Jó tinha muitos tumores pelo seu corpo, eu tenho um só_ no meu coração! Sei que tudo isso é um processo, aliás... Já estou convencida de que não sei de mais nada. “Ponho a mão na minha boca. Uma vez falei e não replicarei, aliás, duas vezes, porém não prosseguirei”.
“Senhor, quando queres guiar-me e serdes soberano, controlo e governo a mim mesma. Quando queres cuidar de mim, sou auto-suficiente e sirvo a mim mesma. Quando deveria depender da tua provisão, abasteço a mim mesma e sigo minha própria vontade. Me perdoe Pai, meu maior objetivo é voltar meu coração novamente para Ti. E depender das tuas mãos, e descansar nos teus braços!”.
“Obrigado Espírito Santo por se importar tanto comigo, eu te amo! E sei que o Senhor vai me curar! Amém!”.
E uma linda tarde de sol se tornou tão triste e escura quanto um dia de chuva! Deus me incentivou a fazer escolhas significativas que vão me pôr no meu ‘devido lugar’.
Me refugiar dentro de mim mesma seria fugir da voz de Deus_ Ahn, como se eu realmente pudesse fazê-lo.
Decidi sair, ousar e experimentar... E concluir a faculdade, me entender com o meu pai... Deixar o amor (que vem da essência do amor mais puro, único, isento de culpa e pecado) me surpreender!
E depois de ter entendido e decidido, s’Ua presença me envolveu. Ele me abraçou! Sei que Ele está afinando o meu caráter com o d’Ele! Que lindo!

Esse é o meu Jesus, que me conquista todos os dias, que cuida de mim_ ainda que nem sempre sua voz seja tão suave... rs.
“Amo te amar, e amo ser amada por Ti!”.

Quanto Vale o Seu Sonho?


“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicava sobre a terra e que toda a imaginação era má continuamente.” “... eis que os desfarei com a terra.”
“Porém Noé achou graça aos olhos de Deus... Então disse o Senhor a Noé: Faze para ti uma arca de madeira... Porque que trago um dilúvio de água sobre a terra... Contigo estabelecerei o meu pacto.”

E assim Deus confidenciou a Noé um grande segredo: Sua indignação com a humanidade, que cada vez mais trazia tristeza ao seu coração pela frieza, falta de amor e tantos outros fatores negativos.
Deus tinha um sonho e compartilhou com Noé. Tenho certeza de que Deus se alegrou em poder confiar este sonho em detalhes, pois ele se tornara a esperança de Deus para uma nova história ser escrita na humanidade.
Imagino que assim que Deus revelou a Noé o seu plano, ele não pensava em outra coisa a não ser isso. No meio da conversa, enquanto Deus descrevia a arca em ricos detalhes, sua imaginação tomava vida e criatividade. Ele se apaixonou tanto por este sonho que ele já podia ver a arca pronta. Por muitas vezes ele perdeu o sono e no meio da noite ele se levantava da cama correndo para escrever uma idéia.
Ao buscar quem pudesse patrocinar e ajudar a construir a arca, ele não achou ninguém. Muitos não acreditaram quando ele dizia o que Deus iria fazer. Mas toda descrença, palavras de reprovação e risadas em sarcasmo não tinham significado algum. Pois só Noé sabia o valor deste sonho. Deste segredo. Então, quando ele voltou para casa depois de tantas pessoas terem tentado faze-lo desistir, ele foi em direção aos seus bois e gados e tudo o que possuía de mais valor para vender e comprar as madeiras, pregos, martelo, serrote, verniz...
Quando ele comprou todo o material para enfim poder começar a fazer, seus genros e filhos o ajudaram, mas certamente Noé era o primeiro a chegar e o último a sair. Ele nem se importava muito quando alguém não podia virar a noite com ele. Ele só queria ver a arca pronta. Com chuva ou com sol, lá estava Noé, dia após dia decidido em fazer o sonho acontecer.
Ele não se cansava! Pelo contrário.. ele cantava enquanto serrava a madeira, lixava, cortava, pregava... E a cada detalhe acrescentado ele corria para traz para poder observar e comparar com o desenho feito. Com as mãos no queixo ele analisava... analisava e, se não estivesse de acordo com o que foi proposto, ele desmontava tudo e tentava mais uma vez. E mais uma vez. E mais uma vez até conseguir a aprovação de Deus. Aí sim, ele seguia em frente.
Quanto mais a obra avançava, mais ele tinha pressa em acabar. E quanto mais próximo ao fim, mas ele vibrava e dava gargalhadas espontâneas.
O mais interessante nesta história é que quando finalmente pronta, o maior orgulho de Noé não foi ter visto a arca tão perfeita e bonita, mas sim ter ouvido da boca do próprio Deus:
“... Entra tu e toda a tua casa, porque te hei visto justo nesta geração.”

Sol de Primavera

Andando distraída pela praia à noite, como de costume, percebi um sussurro. Era a conversa entre a Lua e o Mar. Me fingi de desentendida. Falavam de um romance_ eu não esperava que a Lua fosse tão sensível._ “... Mas foi linda aquela cena, perecia até cinema! Quem diria! Eu bem que percebi o olhar dele para ela... Olhar que sorria, que falava, seduzia, induzia... Olhar infinito. Absoluto”.
_ “Pois é! No ano passado, aquele mês de dezembro fez jus à conotação da palavra amor. Mais uma prova do que acontece a quem faz caso do‘inesperado’ tão esperado”, disse o Mar.
E um riso fugiu dos meus lábios_ eles perceberam a minha presença.
Senti minhas bochechas queimarem, mas não pude me conter... “O que aconteceu em dezembro? Por favor, me digam”, perguntei ansiosa e tão envolvida.
_ “Então você não sabe?”, disse a Lua. E continuou... “O sol! Finalmente ele se declarou à Primavera”.
_ “Já entendi!”. Interrompi entusiasmada. “Por isso o ouvia tanto reclamar de que o tempo parecia não passar... Ele a espera!”.
_ “Exatamente”, completou o Mar. “E ela vem chagando, e seremos testemunhas deste romance. Ah, o sol. Ansioso sol. Que conta cada fração de segundo para o grande momento em que seus raios traduzem seu vigor de fogo em cores... E há anos ele vem tentando falar de seus sentimentos à Primavera, mas a coragem lhe faltava, pois ela parecia ter medo de se apaixonar. Eles sempre gostaram da companhia um do outro.. Sempre que estiveram juntos, seus raios exploravam o desejo em seduzir as flores a exalarem o mais doce dos perfumes; os pássaros a cantarem belas melodias, borboletas a dançarem o mais bonito dos balés... Onde o espetáculo do fim de tarde inebria, onde as cores do horizonte nunca estão em tão perfeita harmonia. Harmonia esta que enaltece a paixão pela vida. Toda a criação, afinal, coagida pelo Sol a viver a intensidade desta quimera. Uma grande amizade traduzida em um grande amor!”.
A Lua.. _ “O mais bonito desta história, é a pureza entre eles. Não houve se quer um beijo, e é o que na verdade sustenta este suspense. Tudo o que aconteceu foi um abraço. Mas este sim nos arrancou suspiros. Um abraço”.
_ “Por isso eu senti algo diferente no ar. Na última primavera, exatamente em dezembro, as notas surdas da minha alma ganharam melodia!”, eu disse como que uma descoberta. “Conheci aquele pelo qual sentia falta, mesmo antes de conhecê-lo. Não foi minha intenção me apaixonar desta forma, mas quando dei por mim... Nem tentei fugir!”.
_ “Ah, que lindo! Me fale do seu namorado”, a Lua disse em tom de insistência.
_ “Não somos namorados. Nos vimos uma única vez. Ele mora um pouco longe e vem aqui uma vez por ano, como a Primavera... Entendo o Sol! Entendo seu coração bater apressado e urgente. Entendo ele sentir que sua cor amarela é a mais linda de todas entre setembro e dezembro. Entendo porque amo como o Sol ama a Primavera. Por isso, há este espetáculo na natureza uma vez por ano, é quando estão juntos... A Primavera e o Sol”.
[Silêncio].
Os três ali, pensando... A Lua o Mar e eu. Cada qual olhando para o horizonte que lhe cabia olhar.
O tempo, avançado em hora, não quis parar para conversar conosco. Quando percebi, a Lua já estava indo embora, suspirando e suspirando.. O Mar, que não podia retirar-se, flagrou-se em suspiros também. Mas sem sucesso tentou disfarçar.
Uma luz ofuscou meus olhos pesados de sono. Era ele... O Sol. Nascendo mais uma vez... Pronto para mais um dia de espera.